As demências, incluindo a Doença de Alzheimer (DA) são os distúrbios neurodegenerativos mais prevalentes e estão entre as principais causas de dependência funcional, institucionalização e morte na população idosa no mundo inteiro. Estima-se que até 2050 o número de pessoas que vivem com demência poderá triplicar, de 47 para 132 milhões, com custos associados crescentes de 3 trilhões de dólares/ano. Fisiopatologicamente, a DA é caracterizada por depósitos extracelulares do peptídeo β-amiloide (Aβ), formando as chamadas placas amiloides, que favorecem o acúmulo de emaranhados neurofibrilares intracelulares compostos pela proteína tau hiperfosforilada. Há ampla evidência pré-clínica de que os fitocanabinoides são neuroprotetores e previnem ou retardam a progressão da DA em modelos animais. Subjacente a esses efeitos está a capacidade dos fitocanabinoides de reduzir a neuroinflamação, a excitotoxicidade, o estresse oxidativo e a disfunção mitocondrial, e e estimular a neurogênese e a gliogênese. No entanto, apesar de alguns estudos clínicos ter apresentado resultados promissores até o momento, o tamanho das amostras foi bastante pequeno e a duração do acompanhamento foi curta.