Além de seu amplo potencial terapêutico, constantemente evidenciado em publicações científicas, a Cannabis medicinal também protagoniza o panorama da Medicina do futuro pela possibilidade de desenvolvimento econômico e social. Embora ainda estigmatizada devido à falta de informação, a Cannabis para uso terapêutico já é legalizada em diversos países, inclusive no Brasil.
Após a Resolução 327 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2019, o Brasil regulamentou os procedimentos necessários para a fabricação e comercialização de produtos à base de Cannabis no país. O setor segue aquecido também na indústria farmacêutica, nos laboratórios de análises clínicas e, claro, nas universidades, que desenvolvem pesquisas cada vez mais robustas sobre o tema.
Neste artigo, trouxemos alguns fatores que justificam o potencial de crescimento da Cannabis medicinal, explicando por que esse mercado global vem movimentando bilhões e, ao mesmo tempo, consolidando a Cannabis como uma das principais ferramentas terapêuticas na Medicina do futuro. Confira!
Por que a Cannabis é uma aposta certa na Medicina do futuro?
Na segunda metade do século XX, as descobertas científicas em torno do Sistema Endocanabinoide impulsionaram uma série de estudos promissores sobre as propriedades terapêuticas da Cannabis. Apesar de o uso terapêutico da planta datar de séculos anteriores, as publicações científicas auxiliam a desconstruir os estigmas que ainda impedem a consolidação desta prática em alguns lugares do mundo.
Nas últimas décadas, as pesquisas cresceram exponencialmente, impulsionadas também pela legalização do uso medicinal e recreativo da planta em vários países. O crescimento reverbera na economia, com projeções bilionárias para os próximos anos. A abertura de clínicas especializadas ao redor do mundo é outro indicativo claro dessa expansão relacionada à Medicina do futuro. Vamos aos fatores que ilustram esse cenário:
Legalização em mais de 40 países
Alguns países são protagonistas no processo de legalização da Cannabis, como a pioneira Holanda, o Canadá, o Uruguai, Israel e os Estados Unidos – apesar de seu forte histórico de repressão à planta na segunda metade do século XX.
Atualmente, o uso medicinal e recreativo da Cannabis já é autorizado em mais de 40 nações. O mais recente anúncio partiu do México, país que também apresenta importante histórico de conservadorismo.
Nos últimos anos, porém, uma nova mentalidade em relação à Cannabis vem sendo construída. E sem dúvida nenhuma, as milhares de publicações científicas em torno do tema e a expansão de seu uso medicinal vêm contribuindo muito para isso.
Vale lembrar que, nos países que legalizaram o uso recreativo da planta, o consumo é tolerado com restrições importantes. Afinal, os riscos do abuso da substância também já são bem conhecidos cientificamente.
Mercado que movimenta bilhões
O comércio de flores de Cannabis, assim como de alimentos e bebidas que contém THC (um de seus princípios ativos), movimentou 18,3 bilhões de dólares em 2020 nos Estados Unidos. Esse índice representa um salto de 70% em comparação com 2019. Além disso, a economia registra que o setor de comércio em torno da Cannabis empregou mais de 320 mil pessoas no país, na contramão do que se vê na pandemia.
Mesmo nos países onde a Cannabis somente é permitida para uso medicinal – como Brasil, Argentina, Peru, Colômbia e Chile – as perspectivas de crescimento econômico também são promissoras. No Brasil, a indústria farmacêutica estima que a terapêutica canabinoide será capaz de movimentar 4,7 bilhões de reais nos próximos anos.
Mais de 300 patentes da Big Pharma
Outro indício claro de que a Cannabis vem se consolidando como protagonista na Medicina do futuro são as 316 patentes já registradas pela Big Pharma. Um estudo feito pela New Frontier Data prevê que, 3 anos após a regulamentação das vendas no Brasil, o país tenha cerca de 3,9 milhões de pacientes usuários de Cannabis Medicinal.
Em relação ao CBD, um dos principais fitocanabinoides utilizados nessa terapêutica, as previsões do relatório Global Cannabidiol Market 2019-2027, da Verified Market Research, apontam que esse mercado deve movimentar 358,8 bilhões de dólares até 2027.
Crescimento exponencial de pesquisas
A comprovação científica das propriedades terapêuticas da Cannabis são grandes responsáveis pela mudança de paradigma em torno do uso medicinal da planta. Embora as pesquisas em torno da descoberta do Sistema Endocanabinoide datem do século passado, atualmente os estudos vêm ganhando muito mais robustez e rigor científico.
Já são cerca de 26 mil artigos científicos indexados e publicados no PubMed sobre a utilização da Cannabis medicinal no manejo terapêutico de diversos sintomas. Além disso, novas e promissoras possibilidades vêm sendo exploradas, como o potencial antineoplásico dos canabinoides.
Os quadros e condições clínicas para as quais o uso da Cannabis medicinal é bastante difundido incluem:
- Dor crônica;
- Ansiedade e depressão;
- Transtorno de estresse pós-traumático;
- Sintomas do climatério;
- Espasticidade muscular na esclerose múltipla e em outros transtornos neurológicos;
- Redução de apetite e perda de peso no contexto de HIV/AIDS;
- Epilepsia grave e refratária.
- Transtorno do Espectro Autista (TEA)
- Doença de Parkinson e Demência de Alzheimer.
Quanto mais a ciência evolui na área, mais segurança temos para a ampla legalização e disseminação da cannabis medicinal. A comunidade médica, por sua vez, precisa se apropriar desse conhecimento para incorporar essa ferramenta terapêutica na sua prática médica, com segurança e eficácia, pois não há dúvidas de que a Cannabis medicinal será uma das protagonistas de destaque na Medicina do Futuro.
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Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 327, de 9 de dezembro de 2019. Diário Oficial da União. 2020.
New Frontier Data. Cannabis Medicinal no Brasil: Visão Geral. 2018.
Veja. Tendência mundial por legalização da maconha anima mundo dos negócios. 2021.
Verified Market Research. CBD Consumer Health – Global Market Outlook (2019-2027). 2020.
Visual Capitalist, The Big Pharma Takeover of Medical Cannabis. 2019.