Delta-9-Tetraidrocanabinol (Δ9-THC): tudo que você precisa saber!

Publicado em 06/09/24 | Atualizado em 11/09/24 Leitura: 16 minutos

CanabinoidesTetrahidrocanabinol (THC)

O Delta-9-Tetraidrocanabinol (Δ9-THC) é um dos compostos mais estudados e conhecidos da planta Cannabis sativa. Isolado pela primeira vez na década de 1960 pelo químico israelense Raphael Mechoulam, Δ9-THC rapidamente se tornou o foco de uma vasta quantidade de pesquisas científicas devido aos seus potentes efeitos psicotrópicos e seu promissor potencial terapêutico.¹ A descoberta de Δ9-THC marcou um ponto de virada nas pesquisas sobre a cannabis, proporcionando uma compreensão mais profunda dos mecanismos pelos quais a planta exerce seus efeitos no corpo humano. Desde então, os cientistas têm se dedicado a desvendar os segredos deste composto, investigando sua química complexa, suas interações com o sistema endocanabinoide, seus múltiplos efeitos fisiológicos, e suas potenciais aplicações no tratamento de uma variedade de condições médicas. Neste post, vamos realizar uma análise abrangente do Δ9-THC, abordando os pontos mais importantes que os profissionais médicos não podem deixar de saber.

Delta-9-Tetraidrocanabinol

A história do Δ9-THC está intrinsecamente ligada à história da cannabis. Utilizada há milênios para fins medicinais, religiosos e recreativos, a cannabis sempre despertou interesse científico. No entanto, foi somente em 1964 que o químico israelense Raphael Mechoulam e sua equipe conseguiram isolar e identificar o Δ9-THC como o principal componente psicotrópico da planta.¹ O Δ9-THC pertence à classe dos fitocanabinoides, compostos que interagem com o sistema endocanabinoide do corpo humano. A sua estrutura química é composta por 21 átomos de carbono, 30 átomos de hidrogênio e 2 átomos de oxigênio, com a fórmula molecular C21H30O2. A presença de um anel de ciclohexano é crucial para sua atividade biológica.

O Δ9-THC, comumente conhecido como THC, é o fitocanabinoide mais abundante na planta de cannabis e o principal responsável por seus efeitos psicotrópicos. Além de suas propriedades psicoativas, o THC possui uma ampla gama de propriedades terapêuticas notáveis. Atua como um potente anti-inflamatório e analgésico, apresentando uma potência até 20 vezes maior que a da aspirina e duas vezes maior que a da hidrocortisona.² Além disso, o THC é conhecido por suas capacidades antieméticas, anticonvulsivantes, estimulantes do apetite, relaxantes musculares, ansiolíticas e indutoras do sono, além de apresentar potencial antineoplásico.²

Para saber mais sobre os Fitocanabinoides acesse: Principais Fitocanabinoides e seus efeitos no organismo (wecann.academy)

Mecanismo de Ação

O Δ9-THC exerce seus efeitos principalmente através da interação com os receptores canabinoides do tipo 1 (CB1) e tipo 2 (CB2) no sistema endocanabinoide. Este composto mimetiza os endocanabinoides que nosso organismo produz, agindo de maneira similar a esses compostos naturais.

  • Receptores CB1: Predominantemente localizados no sistema nervoso central, especialmente em áreas do cérebro associadas à memória, coordenação motora, euforia e percepção sensorial. A ativação dos receptores CB1 pelo Δ9-THC resulta em efeitos psicotrópicos, como euforia, alteração da percepção temporal e redução da memória de curto prazo. A interação com esses receptores pode também promover a proteção neuronal, especialmente em contextos de danos neuronais, interferindo em alguns tipos de plasticidade neuronal.³ 
  • Receptores CB2: Encontrados principalmente em células do sistema imunológico, a ativação dos receptores CB2 pelo Δ9-THC pode modular respostas inflamatórias e imunológicas. Isso torna o THC um potencial agente terapêutico para doenças autoimunes e inflamatórias, atuando como um modulador das respostas do sistema imune.

 

Além disso, o Δ9-THC possui uma variedade de efeitos fisiológicos e psicotrópicos que dependem da dosagem e da sensibilidade individual. Pode induzir sintomas psicotomiméticos que variam de leve euforia a mudanças na memória, humor, coordenação motora, sensação corporal e percepção temporal e espacial.

Mecanismo de ação do THC em receptores endógenos.
Mecanismo de ação do THC em receptores endógenos. Fonte: MONTAGNER, Patrícia; DE SALAS-QUIROGA, Adán. Tratado de Medicina Endocanabinoide.1. ed. WeCann Endocannabinoid Global Academy, 2023.

 

Embora o tetraidrocanabinol seja amplamente reconhecido por sua interação com os receptores canabinoides CB1 e CB2, estudos recentes revelam que o THC também exerce efeitos significativos em outros receptores, contribuindo para a complexidade de suas ações farmacológicas. Um exemplo disso é a interação do THC com os receptores ionotrópicos vaniloides, especificamente o TRPV1, que são amplamente expressos em neurônios sensoriais e estão envolvidos na regulação da dor e da inflamação. A ativação dos receptores TRPV1 pelo THC pode modular a percepção da dor e desempenhar um papel importante na resposta inflamatória, oferecendo uma via alternativa para o alívio da dor que não depende exclusivamente da ativação dos receptores canabinoides canônicos.

Além dos receptores TRPV1, o THC também interage com receptores órfãos, como os GPRs (receptores acoplados à proteína G), que possuem local de ligação extracelular, mas ainda não têm seus ligantes endógenos claramente identificados. Os receptores de adenosina A2A, também acoplados à proteína G, são conhecidos por sua função em processos neuromoduladores e neuroprotetores, particularmente no controle da liberação de neurotransmissores e na regulação da inflamação cerebral. A interação do THC com os receptores A2A pode contribuir para seus efeitos anti-inflamatórios e neuroprotetores, o que é particularmente relevante em condições neurodegenerativas. Esses receptores, por terem afinidade com canabinoides, fazem parte do sistema endocanabinoide. 

Além disso, o THC demonstra interação com receptores ativados por proliferação de peroxissoma (PPARs), que são fatores de transcrição nuclear envolvidos na modulação de processos inflamatórios e metabólicos. Outro receptor importante na ação do THC é o receptor serotoninérgico 5-HT3A, que está associado à neurotransmissão excitatória e desempenha um papel crucial nos efeitos antieméticos do THC.² A ativação desses receptores, em conjunto com os receptores CB1 periféricos, contribui para o efeito antiemético, particularmente em pacientes submetidos a tratamentos quimioterápicos. Essa diversidade de interações de receptores destaca a complexidade dos mecanismos de ação do THC, indicando que seus efeitos no organismo humano são o resultado de uma compleza e integrada rede de sinais moleculares que vão muito além da simples ativação dos receptores canabinoides CB1 e CB2.4

Usos Terapêuticos

Delta-9-Tetraidrocanabinol (Δ9-THC) é amplamente reconhecido por seu potencial terapêutico em uma variedade de condições clínicas. A seguir, exploramos em detalhes algumas das principais aplicações terapêuticas deste canabinoide.

Dor Crônica

O Δ9-THC é altamente eficaz no alívio da dor crônica, sendo especialmente benéfico em condições como neuropatia, artrite e espasticidade muscular. Sua ação analgésica é resultado da interação com os receptores CB1 no sistema nervoso central, modulando a percepção da dor. Estudos demonstram que o Δ9-THC pode ser mais potente que medicamentos tradicionais, como aspirina e hidrocortisona, oferecendo alívio significativo.² O ensaio clínico randomizado e duplo-cego conduzido por Almog et al. (2020) destacou a eficácia do inalador dosimetrado Syqe®, um inovador dispositivo de inalação de cannabis que permite a administração de doses baixas e extremamente precisas, estabelecendo um novo padrão de qualidade farmacêutica para medicamentos inalados à base de cannabis. O estudo demonstrou que doses tão baixas quanto 1 mg de THC foram capazes de proporcionar analgesia segura e eficaz em pacientes que sofrem de dor crônica.5

Além disso, existe um número significativo de estudos que avaliam a administração oromucosa de canabinoides para controlar a dor crônica. Uberall (2020) analisou a coadministração de THC e CBD na proporção de 1:1 (formulação conhecida como nabiximols), e os resultados também mostraram-se promissores no controle da dor neuropática.6 Os autores destacaram que as dosagens ideais para o controle eficaz e bem tolerado da dor crônica estavam entre 8 e 12 pulverizações de nabiximols por dia (22-32 mg de THC e 20-30 mg de CBD), geralmente alcançadas durante a fase inicial de titulação, que dura de 2 a 4 semanas.7

Náusea e Vômito

O Δ9-THC é um potente antiemético, frequentemente utilizado para tratar náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia em pacientes com câncer. Este efeito é mediado pela ativação dos receptores CB1 no cérebro, que regulam a resposta ao enjoo. Medicamentos baseados em Δ9-THC, como o dronabinol, são aprovados pela FDA para este propósito desde o final da década de 80, demonstrando eficácia onde outros antieméticos falham. Pacientes que utilizam Δ9-THC relatam uma redução significativa na náusea e uma melhora geral na qualidade de vida durante os os rigorosos tratamentos contra o câncer.8

Estudos indicam que o efeito antiemético do Δ9-THC pode ser atribuído a sua influência nos terminais colinérgicos do trato gastrointestinal e à estimulação dos receptores canabinoides CB1 no centro do vômito, localizado no cérebro. Comparativamente, o Δ9-THC tem mostrado uma eficácia igual ou até superior a outros antieméticos, especialmente quando utilizado em combinação com agentes como a proclorperazina.9 Essas descobertas destacam o potencial significativo do Δ9-THC como uma ferramenta importante no manejo de náuseas e vômitos associados a quimioterápicos, proporcionando alívio e conforto aos pacientes durante um período de tratamento especialmente desafiador.

Anorexia e Perda de Peso

Em pacientes com HIV/AIDS ou câncer, o Δ9-THC tem se mostrado eficaz na estimulação do apetite e na prevenção da perda de peso, fenômeno conhecido como “efeito munchies”. Este efeito é particularmente crucial em condições que levam à caquexia, onde a perda de peso severa e a degradação muscular podem ser fatais. O Δ9-THC atua no hipotálamo, uma região do cérebro responsável pela regulação do apetite, promovendo a liberação de hormônios que aumentam a fome e incentivam a ingestão alimentar.

Em pacientes com HIV/AIDS, a anorexia e a perda de peso são problemas comuns devido à infecção e aos efeitos colaterais dos tratamentos. Estudos demonstram que o Δ9-THC pode melhorar significativamente o apetite nesses pacientes, levando a um aumento na ingestão calórica e na manutenção do peso corporal.10 Além disso, pacientes com câncer também se beneficiam das propriedades estimulantes do apetite desse fitocanabinoide, o que pode ser fundamental para manter a nutrição adequada durante o tratamento oncológico.

Espasticidade Muscular

Pacientes com esclerose múltipla frequentemente sofrem de espasticidade muscular, uma condição caracterizada por rigidez e contrações involuntárias dos músculos. Essa espasticidade pode ser extremamente debilitante, afetando a mobilidade, o equilíbrio e a qualidade de vida dos pacientes. O Δ9-THC tem demonstrado eficácia significativa na redução da espasticidade muscular, proporcionando alívio e melhorando a capacidade funcional dos pacientes. A interação do Δ9-THC com os receptores canabinoides no sistema nervoso central é crucial para esse efeito, pois ajuda a regular o tônus muscular e reduzir a rigidez.

A combinação de Δ9-THC com outros canabinoides, como o CBD, tem se mostrado particularmente eficaz no tratamento da espasticidade muscular. O Sativex®, um medicamento que contém uma proporção equilibrada de Δ9-THC e CBD, é aprovado em órgãos regulatórios de diversos países para tratar a espasticidade associada à esclerose múltipla. Estudos clínicos e relatos de pacientes indicam que o Sativex® pode reduzir significativamente a espasticidade, melhorar a mobilidade e a qualidade de vida, além de ter um perfil de segurança favorável.11 A combinação sinérgica de Δ9-THC e CBD no Sativex® potencializa os efeitos terapêuticos desses canabinoides, ao mesmo tempo que minimiza potenciais efeitos colaterais indesejados do Δ9-THC.

Glaucoma

O Δ9-THC tem demonstrado a capacidade de reduzir a pressão intraocular (PIO) em pacientes com glaucoma, uma condição que pode levar à degeneração das células ganglionares da retina e eventual cegueira se não tratada adequadamente. Estudos clínicos mostraram que uma dose sublingual de 5 mg de Δ9-THC pode reduzir significativamente a pressão intraocular, oferecendo uma alternativa para pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais.12 A redução da PIO no glaucoma é crucial, pois ajuda a prevenir danos ao nervo óptico, que podem resultar em perda de visão. 

Além disso, foi visto que a administração intravenosa de Δ9-THC, Δ8-THC e 11-hidroxi-Δ9-THC, também mostraram ser eficazes na redução da pressão intraocular, mas essa forma de administração invialibiza o uso diário.13 De toda forma, para pacientes que não encontram alívio com os tratamentos convencionais, o Δ9-THC continua sendo uma área de interesse promissora, sugerindo que futuras pesquisas para o desenvolvimento de formulações tópicas na forma de colírios, podem melhorar a administração e a eficácia deste canabinoide no manejo do glaucoma.

Doença Inflamatória Intestinal (DII)

O uso de Δ9-THC no manejo da Doença Inflamatória Intestinal (DII) tem ganhado atenção devido ao seu potencial em aliviar os sintomas associados a essas condições debilitantes, como a Doença de Crohn e a colite ulcerativa. Diversos estudos e revisões indicam que muitos pacientes com Doença Inflamatória Intestinal recorrem ao uso de produtos à base de cannabis, que frequentemente possuem altos teores de Δ9-THC, como uma forma de controlar a dor crônica e reduzir a inflamação intestinal. Em particular, um estudo de coorte retrospectivo revelou que pacientes com DII que utilizaram cannabis relataram uma melhora substancial na dor abdominal, na qualidade do sono, e no apetite, além de uma melhoria geral no bem-estar.14 

Esses resultados sugerem que o Δ9-THC pode ajudar a mitigar os sintomas associados à DII ao interagir com o sistema endocanabinoide, que desempenha um papel crucial na regulação da inflamação e da dor. A eficácia do THC no tratamento da DII é um reflexo de sua capacidade de influenciar a percepção da dor e modulação das respostas inflamatórias, oferecendo uma alternativa terapêutica valiosa para aqueles que não encontram alívio suficiente nos tratamentos convencionais.

Distúrbios do Sono

O Δ9-THC tem mostrado potencial significativo no tratamento de distúrbios do sono, incluindo a insônia. Estudos indicam que este canabinoide pode reduzir o tempo necessário para adormecer e aumentar a profundidade do sono, proporcionando um descanso mais restaurador. Esses efeitos são atribuídos à interação do Δ9-THC com o sistema endocanabinoide, que regula vários processos fisiológicos, incluindo o ciclo sono-vigília. Pacientes que utilizam Δ9-THC para combater a insônia frequentemente relatam uma melhoria na qualidade do sono e uma redução na latência do sono, ou seja, o tempo necessário para adormecer.15 Essa propriedade indutora do sono faz do Δ9-THC uma opção promissora para aqueles que sofrem de distúrbios do sono, oferecendo um alívio que os tratamentos tradicionais nem sempre conseguem proporcionar.

Além disso, pesquisas também sugerem que o Δ9-THC pode ajudar a reduzir ou até eliminar a dependência de benzodiazepínicos em alguns casos, oferecendo uma alternativa terapêutica potencial.16

Conclusão

Delta-9-Tetraidrocanabinol (Δ9-THC) é um composto fascinante com uma longa história de uso medicinal. Sua interação com o sistema endocanabinoide do corpo humano resulta em uma variedade de efeitos psicotrópicos e terapêuticos. O THC tem demonstrado um potencial terapêutico significativo em diversas condições médicas, incluindo dor crônica, náusea, espasticidade muscular, e distúrbios do sono. As inovações tecnológicas e formulações combinadas com outros canabinoides, como o CBD, têm permitido uma administração mais segura e eficaz, oferecendo novas opções de tratamento para diversos pacientes. A compreensão aprofundada de seus mecanismos de ação e dosagens adequadas é essencial para maximizar os benefícios terapêuticos do Δ9-THC e minimizar potenciais efeitos colaterais. Nesse contexto, iniciativas como a WeCann desempenham um papel fundamental ao fornecer informações científicas atualizadas e recursos técnicos qualificados para profissionais da área médica. 

Referências

  1. MECHOULAM R, GAONI Y. A TOTAL SYNTHESIS OF DL-DELTA-1-TETRAHYDROCANNABINOL, THE ACTIVE CONSTITUENT OF HASHISH. J Am Chem Soc. 1965 Jul 20;87:3273-5. doi: 10.1021/ja01092a065. PMID: 14324315.
  2. MONTAGNER,Patrícia; DE SALAS-QUIROGA, Adán. Tratado de Medicina Endocanabinoide.1. ed. WeCann Endocannabinoid Global Academy, 2023.
  3. Calabrese, E.J. & Rubio-Casillas, A. Biphasic effects of THC in memory and cognition. Eur. J. Clin. Invest. 48, e12920 (2018).
  4. Araújo, M., Almeida, M. B., & Araújo, L. L. N.. (2023). The cannabinoids mechanism of action: an overview. Brjp, 6, 109–113. https://doi.org/10.5935/2595-0118.20230028-en
  5. Almog, S. et al. The pharmacokinetics, efficacy, and safety of a novel selective-dose cannabis inhaler in patients with chronic pain: A randomized, double- blinded, placebo-controlled trial. Eur. J. Pain 24 1505-1516 (2020).
  6. Überall, M. A. A Review of Scientific Evidence for THC:CBD Oromucosal Spray (Nabiximols) in the Management of Chronic Pain. J. Pain Res. Volume 13, 399-410 (2020).
  7. Ueberall, M., Essner, U, & Mueller-Schwefe, G. H H. Effectiveness and tolerability of THC:CBD oromucosal spray as add-on measure in patients with severe chronic pain: analysis of 12-week open- label real-world data provided by the German Pain c-Registry. J. Pain Res. Volume 12, 1577-1604 (2019). 
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Esse texto foi elaborado pelo time de experts da WeCann, baseado nas evidências científicas partilhadas nas referências e, amparado na ampla experiência prescritiva dos profissionais.

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