Embora a Acupuntura tenha raízes orientais milenares, foi somente na década de 1970 que essa técnica começou a ganhar força no ocidente, impulsionando pesquisas científicas que relacionam a Acupuntura ao alívio de diversos sintomas. Alguns exemplos são náuseas e vômitos decorrentes de quimioterapia, dores crônicas, dores musculares e enxaqueca.
A Acupuntura envolve a inserção de agulhas em pontos específicos do corpo visando produzir respostas corporais positivas. Como a sinalização do sistema nervoso desempenha um papel crucial nesse processo, não é difícil compreender que existe uma estreita relação entre Acupuntura e Sistema Endocanabinoide. Neste post, explicaremos melhor essa relação.
Qual a relação entre Acupuntura e Sistema Endocanabinoide?
Em 1997, o National Institute of Health (NIH) reconheceu os efeitos terapêuticos da Acupuntura para certas condições, como dores crônicas e sequelas do acidente vascular cerebral (AVC). Desde então, as pesquisas científicas na área ganharam maior espaço, trazendo perspectivas bastante otimistas para essa prática terapêutica.
Atualmente, a hipótese mais aceita pelos pesquisadores é que a estimulação dos pontos de acupuntura ativa certos nervos que, por sua vez, enviam sinais para o cérebro e para a medula espinhal por meio de diferentes vias nervosas do corpo. Essa estimulação induz uma série de efeitos neurológicos, resultando em efeitos fisiológicos e funcionais, como alívio de dores e neuroproteção.
O Sistema Endocanabinoide é um conjunto de receptores, ligantes e enzimas que atuam como sinalizadores entre as células. Os receptores endocanabinoides e as substâncias endocanabinoides estão distribuídos por todos os órgãos e sistemas do corpo, executando diferentes tarefas com o objetivo de manter a estabilidade das nossas funções fisiológicas.
Como a maioria dos receptores endocanabinoides do nosso organismo está concentrada no Sistema Nervoso Central e Periférico, é compreensível que o Sistema Endocanabinoide possa desempenhar um importante papel nos resultados da Acupuntura. Isso se dá especialmente por meio da regulação dos níveis de percepção da dor e dos efeitos antiinflamatórios dessa terapia.
Como a Acupuntura estimula o Sistema Endocanabinoide?
Estudos envolvendo Acupuntura e alívio de dores conduziram os cientistas à hipótese de que o Sistema Endocanabinoide pode ser um dos mediadores primários, bem como um fator regulador dos efeitos benéficos da acupuntura.
Uma dessas pesquisas científicas mostrou que, ao induzir artrite em ratos e realizar o procedimento de eletroacupuntura, houve um aumento da expressão dos receptores CB1 e CB2, que são os principais receptores do Sistema Endocanabinoide.
Os receptores CB1 predominam no Sistema Nervoso Central (SNC), principalmente nas regiões cerebrais do córtex, cerebelo, hipocampo e núcleos da base. Mas, também, estão presentes no Sistema Nervoso Entérico (SNE), nas células adiposas, células endoteliais, fígado e trato gastrointestinal.
Os receptores CB2, por sua vez, predominam nas células e tecidos do sistema imunológico e se apresentam em menor grau nas células do SNC como a microglia e astrócitos , evidenciando o potencial antiinflamatório e imunomodulador desses receptores.
Ao adicionar ou subtrair compostos que afetam a expressão dos receptores CB1 e CB2, pesquisadores determinaram que ambos os receptores funcionam de maneira independente: enquanto o CB1 é o principal responsável pela percepção da dor, o CB2 atua moderando os efeitos antiinflamatórios da Acupuntura.
Por que integrar Acupuntura e derivados canabinoides?
Como vimos, a relação entre a Acupuntura e o Sistema Endocanabinoide é estreita, assertiva e cientificamente embasada. Muitos pacientes recorrem à Acupuntura não apenas para melhorar a imunidade, mas, sobretudo, para tratar dores crônicas e até mesmo desequilíbrios emocionais decorrentes de ansiedade, estresse, distúrbios do sono, entre outros.
O uso de derivados canabinoides associado à Acupuntura pode otimizar os resultados terapêuticos desse processo, considerando-se que ambos favorecem o tônus funcional do Sistema Endocanabonoide.
Entre esses derivados destacam-se os fitocanabinoides CBD (Canabidiol) e THC (Delta9-tetrahidrocanabinol) e os terpenos. Esses compostos, quando utilizados em conjunto, atuam em sinergia de modo a otimizar os efeitos terapêuticos de cada um deles e modular potenciais efeitos adversos.
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