Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa: atualize seus conhecimentos

A Acupuntura é um dos recursos mais conhecidos da Medicina Tradicional Chinesa. Mas, apesar de suas origens milenares, foi somente na segunda metade do século XX que essa prática começou a se consolidar no ocidente, através dos conceitos da Medicina Integrativa.

 

A fitoterapia é uma das principais ferramentas terapêuticas nesse contexto, no qual a Cannabis medicinal vem ganhando cada vez mais espaço devido às descobertas científicas, que atestam as diversas propriedades terapêuticas dos fitocanabinoides.

 

Neste conteúdo, abordaremos como esses recursos podem ser utilizados como tratamentos complementares para potencializar resultados nos mais variados quadros clínicos, desde quadros de dor crônica a transtornos neurológicos diversos.

 

Continue a leitura e veja o que já se cientificamente a respeito.

O que os últimos estudos mostram sobre Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa?

 

A prática da Acupuntura envolve a inserção de agulhas em pontos específicos do nosso corpo, de modo a estimular respostas positivas através de mecanismos de sinalização do sistema nervoso. Nesse sentido, podemos dizer que a relação entre Acupuntura e Sistema Endocanabinoide é bastante estreita, tendo em vista que o SEC exerce efeitos modulatórios em diversas funções do sistema neurológico, a citar, a plasticidade sináptica, os processos de aprendizagem e memória, a coordenação dos movimentos, o ciclo sono-vigília e a modulação de diferentes neurotransmissores.

 

Não à toa, vários quadros clínicos que apresentam respostas positivas na prática da Acupuntura, também vêm mostrando resultados promissores no tratamento com Cannabis medicinal. Alguns exemplos incluem quadros de dor crônica – como fibromialgia, artrite e enxaqueca – e vômitos decorrentes de protocolos de radio e quimioterapia.

 

Da mesma forma, já existem evidências científicas correlacionando a prática da Medicina Tradicional Chinesa à melhora de quadros neurológicos, como a Doença de Parkinson. A seguir, falaremos mais sobre esses achados.

 

Terapias complementares na Doença de Parkinson

 

Rigidez, tremor de repouso e instabilidade postural são alguns sintomas clássicos da Doença de Parkinson, uma condição neurodegenerativa progressiva que também apresenta sintomas não motores, como dor, fadiga e constipação intestinal. Distúrbios do sono, ansiedade e depressão são outros sintomas comuns nos pacientes com Parkinson, impactando de forma significativa a qualidade de vida dessas pessoas.

 

O tratamento habitual é baseado na reposição de dopamina. Mas, infelizmente, os resultados terapêuticos costumam diminuir conforme a progressão da doença. Além disso, não raras vezes, os pacientes precisam lidar com efeitos colaterais como náuseas, discinesias e sintomas psicóticos. As terapias da Medicina Tradicional Chinesa são uma alternativa nesse contexto, funcionando como um tratamento complementar, sem deflagrar efeitos adversos importantes.

 

Recursos como Acupuntura, Tai Chi, Qi Gong e Yoga são alguns destaques, como mostra esta revisão bibliográfica que correlacionou essas práticas à melhora nos sintomas da Doença de Parkinson. A Cannabis medicinal também foi avaliada na revisão, trazendo respostas positivas que ajudam a difundir os conceitos da Medicina Integrativa no ocidente.

 

>> Leia a revisão completa em: Complementary Therapies in Parkinson Disease: a Review of Acupuncture, Tai Chi, Qi Gong, Yoga, and Cannabis.

 

Terapias complementares na modulação do Sistema Endocanabinoide

 

Em relação ao SEC, os achados científicos envolvendo a prática da Medicina Tradicional Chinesa também são promissores. Esta revisão bibliográfica avaliou uma série de estudos que apontam intervenções capazes de modular positivamente o Sistema Endocanabinoide.

 

Nessa revisão, foram considerados 184 estudos in vitro, 102 estudos in vivo, em animais e 36 estudos em humanos. As evidências mostraram que há várias classes de medicamentos capazes de aprimorar o tônus de funcionamento do SEC, regulando a expressão dos receptores endocanabinoides, aumentando a síntese ou inibindo a degradação de ligantes endocanabinoides.

 

Outros estudos indicaram que as terapias complementares baseadas na Medicina Chinesa também foram capazes de modular positivamente o SEC, com destaque para a prática de massagem, acupuntura, uso de determinados suplementos alimentares e de medicamentos fitoterápicos (incluindo novamente a Cannabis medicinal).

 

>> Leia a revisão completa em: Care and feeding of the endocannabinoid system: a systematic review of potential clinical interventions that upregulate the endocannabinoid system.

 

Terapias complementares e manejo de dores crônicas

 

Assim como o uso de derivados canabinoides no tratamento de quadros de dor crônica, já existem evidências científicas sobre a prática da Medicina Tradicional Chinesa para controle de sintomas em quadros diversos de dor, incluindo dor neuropática, fibromialgia e artrite.

 

Um exemplo é esta revisão bibliográfica que traz resultados promissores quanto aos tratamentos complementares na fibromialgia, com destaque para acupuntura, ioga, tai chi e meditação.

 

>> Leia a revisão completa em: The Role of Complementary and Alternative Medicine Treatments in Fibromyalgia: a Comprehensive Review.

 

Outro exemplo é esta revisão que aborda o uso da Medicina Chinesa em pacientes com artrite psoriática. Vale lembrar que essa prática também é bastante comum no tratamento de outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico.

 

Especificamente em relação à artrite psoriática, os estudos avaliados nessa revisão apontam as abordagens dietéticas como uma das principais formas de mitigar os sintomas da doença – a exemplo dos suplementos com ácidos graxos.

 

Além disso, as pesquisas também sugerem o potencial terapêutico dos fitocanabinoides e de outros fitoterápicos no tratamento desse quadro. No entanto, os pesquisadores ponderam que são necessários novos estudos com evidências mais robustas para atestar o grau de eficácia dessas substâncias.

 

>> Leia a revisão completa em: Complementary and Alternative Medicine Use in Psoriatic Arthritis Patients: a Review.

 

Ou seja, embora a Medicina Tradicional Chinesa e a Cannabis medicinal venham se consolidando enquanto alternativas promissoras no tratamento de diversas doenças, é preciso considerar que, a princípio, essas terapias são utilizadas de forma complementar à terapêutica habitual.

 

Outro fator determinante é a necessidade de conhecimento técnico especializado na área para prescrever derivados canabinoides com segurança, potencializando efeitos terapêuticos e modulando possíveis efeitos adversos nos tratamentos.

 

A WeCann Academy é comprometida com a sua jornada de aprendizado através da Certificação Internacional em Medicina Endocanabinoide. Proporcionamos esse conhecimento disruptivo aos médicos que desejam incorporar os derivados canabinoides em sua prática prescritiva e melhorar os resultados dos seus pacientes.

 

Conectamos especialistas de várias partes do mundo, com ampla experiência prescritiva, em uma comunidade global de estudos e pesquisas em Medicina Endocanabinoide, para unir conhecimento científico e experiência prática na área.

 

Quer fazer parte da nossa comunidade? Entre em contato conosco e prepare-se para esta nova fronteira da Medicina!

 

Referências

 

Deuel LM, Seeberger LC. Complementary Therapies in Parkinson Disease: a Review of Acupuncture, Tai Chi, Qi Gong, Yoga, and Cannabis. Neurotherapeutics. 2020.

 

McPartland JM, Guy GW, Di Marzo V. Care and feeding of the endocannabinoid system: a systematic review of potential clinical interventions that upregulate the endocannabinoid system. PLoS One. 2014.

 

Prabhakar A, Kaiser JM, Novitch MB, Cornett EM, Urman RD, Kaye AD. The Role of Complementary and Alternative Medicine Treatments in Fibromyalgia: a Comprehensive Review. Curr Rheumatol Rep. 2019.

 

Roberts JA 4th, Mandl LA. Complementary and Alternative Medicine Use in Psoriatic Arthritis Patients: a Review. Curr Rheumatol Rep. 2020.

 

Esse texto foi elaborado pelo time de experts da WeCann, baseado nas evidências científicas partilhadas nas referências e, amparado na ampla experiência prescritiva dos profissionais.

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