A asma é uma condição respiratória crônica que afeta milhões de pessoas no mundo, impactando diretamente sua qualidade de vida. Apesar dos tratamentos convencionais — como os corticosteroides inalatórios e broncodilatadores — oferecerem alívio para a maioria dos pacientes, ainda há uma parcela deles que enfrentam dificuldades no controle da doença ou sofrem com efeitos colaterais indesejados.
Nesse cenário, cresce o interesse por alternativas terapêuticas, e a cannabis medicinal tem se destacado como uma possibilidade a ser explorada. Compostos como o THC e o CBD, presentes na planta, têm mostrado potencial anti-inflamatório, broncodilatador e imunomodulador — características que poderiam beneficiar pessoas com asma.
Embora a ideia de usar cannabis para problemas respiratórios não seja nova — era comum, por exemplo, no início do século XX —, o tema ainda é cercado por dúvidas e debates. No post de hoje, vamos realizar uma análise equilibrada das evidências científicas atuais, trazendo à luz o que se sabe até agora sobre os possíveis benefícios e riscos do uso da cannabis no tratamento da asma.
Asma
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, caracterizada por obstrução variável e reversível do fluxo aéreo, hiperresponsividade brônquica e remodelamento estrutural progressivo do trato respiratório. Essa condição afeta indivíduos de todas as idades, com prevalência global crescente, especialmente em ambientes urbanos. Os fenótipos clínicos são amplos e heterogêneos, variando desde formas leves e intermitentes até quadros graves e refratários ao tratamento padrão.¹
O quadro clínico típico inclui episódios recorrentes de dispneia, sibilância (chiado), tosse seca e sensação de opressão torácica. Esses sintomas são frequentemente desencadeados por alérgenos, infecções respiratórias virais, exposição a poluentes, exercício físico e fatores emocionais. Em geral, os sintomas pioram à noite ou nas primeiras horas da manhã, interferindo no sono e nas atividades diárias. Em crises mais intensas, o paciente pode apresentar dificuldade respiratória acentuada, uso de musculatura acessória, queda da saturação de oxigênio e necessidade de atendimento emergencial.¹
No plano fisiopatológico, a asma envolve uma inflamação persistente das vias aéreas, com predomínio de células como eosinófilos, mastócitos e linfócitos T helper 2 (Th2), além de citocinas como IL-4, IL-5 e IL-13. Esses mediadores promovem a produção de IgE, ativação eosinofílica, liberação de histamina e outros agentes pró-inflamatórios que culminam em edema da mucosa, hipersecreção de muco, broncoconstrição e perpetuação do processo inflamatório. Em variantes neutrofílicas da asma — mais comuns em adultos e em quadros graves — a resposta inflamatória apresenta perfil distinto, frequentemente com menor resposta aos corticosteroides.¹
Outro componente relevante é a disfunção do sistema nervoso autônomo, especialmente no controle colinérgico das vias aéreas. A estimulação parassimpática excessiva contribui para o broncoespasmo, enquanto a liberação de mediadores neurogênicos como a substância P e o CGRP pode intensificar a inflamação e a sensibilidade brônquica. Além disso, alterações da barreira epitelial, do microbioma respiratório e dos mecanismos de reparo tecidual contribuem para o remodelamento estrutural das vias aéreas — caracterizado por hipertrofia da musculatura lisa, aumento da deposição de colágeno subepitelial e proliferação de fibroblastos.¹
Esses múltiplos fatores criam um ambiente propício à hiperreatividade, mesmo diante de estímulos mínimos. Nem todos os pacientes respondem de forma satisfatória às terapias convencionais, e efeitos adversos — como taquicardia, tremores, rouquidão e candidíase oral — podem limitar a adesão ao tratamento. Isso impulsiona a busca por novas abordagens que atuem em alvos alternativos ou complementares, especialmente em pacientes com asma não controlada.¹
Nesse contexto, surgem discussões sobre o potencial terapêutico de moléculas como os canabinoides, devido às suas propriedades anti-inflamatórias, antifibróticas, broncodilatadoras e imunomoduladoras observadas em outros modelos. No entanto, é essencial reconhecer que a resposta ao uso desses compostos pode variar amplamente entre os indivíduos, e que efeitos adversos — inclusive paradoxais, como broncoconstrição — também foram descritos em alguns casos. Por isso, a investigação do uso da cannabis medicinal na asma deve ser conduzida com base em evidências rigorosas e sob supervisão clínica.
O Sistema Endocanabinoide e Asma
O sistema endocanabinoide (SEC) é um complexo sistema de sinalização celular, fundamental para a regulação de diversos processos fisiológicos no corpo humano. Este sistema é composto por três componentes principais: canabinoides endógenos (como a anandamida e o 2-AG), receptores canabinoides (principalmente CB₁ e CB₂) e enzimas responsáveis pela síntese e degradação desses canabinoides. O SEC atua na modulação de funções como dor, apetite, humor, memória, sistema imunológico e, mais recentemente, tem sido estudado por seu papel em doenças respiratórias.
A atuação do SEC no sistema respiratório tem ganhado destaque nas últimas décadas, especialmente no contexto das doenças inflamatórias crônicas, como a asma. Presente em múltiplos tipos celulares das vias aéreas – incluindo células epiteliais brônquicas, musculatura lisa, células imunológicas e terminações nervosas – o SEC contribui para o equilíbrio entre inflamação, tônus muscular e resposta imune local.
Os principais receptores do SEC, CB1 e CB2, apresentam distribuição diferencial nas vias respiratórias. O receptor CB1, predominante no sistema nervoso central, também é expresso no epitélio respiratório e está envolvido no controle do tônus da musculatura lisa brônquica, participando do reflexo broncodilatador. Já o receptor CB2 é amplamente expresso em células do sistema imunológico e fibroblastos, exercendo um papel essencial na modulação da inflamação e nos mecanismos de cicatrização e fibrose, que são centrais na fisiopatologia da asma grave.²
Além desses, receptores como o TRPV1 – um canal iônico sensível à dor e à temperatura – têm sido associados ao controle inflamatório nas vias aéreas. Em indivíduos asmáticos, estudos indicam uma suprarregulação da expressão do TRPV1 nas células epiteliais brônquicas, o que pode estar relacionado à exacerbação da resposta inflamatória e da hiper-reatividade brônquica, características fundamentais da doença. A ativação exacerbada deste receptor parece contribuir para a liberação de mediadores pró-inflamatórios, piorando os sintomas da asma.2,3
Mutações no gene que codifica o receptor CB2 também foram associadas a quadros mais graves de infecções respiratórias por vírus, como o vírus sincicial respiratório (VSR), sugerindo que alterações genéticas no SEC podem impactar negativamente a resposta imune das vias aéreas, especialmente em crianças.²
No contexto terapêutico, a modulação farmacológica do SEC com fitocanabinoides, como o Δ⁹-THC e o canabidiol (CBD), tem revelado propriedades promissoras. A ativação do receptor CB1 pelo THC demonstrou promover broncodilatação – um efeito benéfico em condições caracterizadas por broncoconstrição, como a asma. Por outro lado, tanto o THC quanto o CBD apresentam efeitos anti-inflamatórios e imunomoduladores que podem reduzir a inflamação crônica das vias aéreas, contribuindo para a atenuação da hiper-responsividade brônquica e da produção de muco.²
Outro ponto de destaque é o potencial antifibrótico dos canabinoides, que poderia ser explorado em casos de remodelamento brônquico associado à asma persistente. A ação neuroprotetora observada em modelos experimentais também sugere que os canabinoides podem interferir positivamente nos aspectos neurais que contribuem para o controle da respiração e percepção de dispneia, frequentemente exacerbados nos episódios agudos de asma.²
Portanto, o SEC se posiciona como um importante alvo terapêutico na asma, especialmente pelo seu papel regulador sobre a inflamação, o tônus muscular brônquico e os processos de fibrose. Ainda que mais estudos clínicos sejam necessários para estabelecer a segurança, eficácia e protocolos ideais de uso de medicamentos à base de cannabis nesse contexto, os dados disponíveis apontam para um caminho promissor. O manejo da asma pode, no futuro, incorporar a modulação endocanabinoide como uma abordagem complementar às terapias tradicionais, particularmente nos casos refratários ao tratamento convencional.
Para saber mais sobre o Sistema Endocanabinoide acesse: Sistema Endocanabinoide: O que é? Por que estudar? – WeCann Academy
Evidências Científicas
A relação entre a cannabis e a saúde respiratória remonta ao início do século XX, quando a planta era utilizada para tratar dificuldades respiratórias, incluindo a asma. Anúncios da época, como os das famosas Cigarrilhas Grimault (também conhecidas como “cigarrinhos índios”), vendidas em farmácias brasileiras, atestam essa prática. Essas cigarrilhas, embora pudessem conter outras substâncias, eram comercializadas para fins medicinais, para tratar condições como asma, bronquite e insônia, refletindo uma aceitação medicinal da cannabis.4
No entanto, com o tempo, o uso de cannabis foi ofuscado pela associação com o tabagismo e por uma visão negativa amplamente disseminada. Felizmente, a ciência tem buscado romper com esses estigmas e revelar o potencial terapêutico da cannabis, especialmente quando se trata das doenças respiratórias.
Nos últimos anos, as evidências científicas têm desafiado as concepções prévias sobre o impacto da cannabis na função pulmonar. Estudos clínicos contemporâneos indicam que o uso exclusivo de cannabis, ao contrário do tabaco, não está associado a um aumento da incidência de doenças respiratórias crônicas.5
Um estudo relevante, realizado em Vancouver com 878 indivíduos, demonstrou que fumantes exclusivos de tabaco apresentavam maior prevalência de sintomas respiratórios (OR 1,50; IC 95% 1,05-2,14) e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) (OR 2,74; IC 95% 1,66-4,52). Em contrapartida, indivíduos que fumavam exclusivamente maconha não exibiram risco aumentado para essas condições. Notavelmente, a pesquisa evidenciou uma interação sinérgica entre o uso de cannabis e tabaco, onde o risco para sintomas respiratórios (OR 2,39; IC 95% 1,58-3,62) e DPOC (OR 2,90; IC 95% 1,53-5,51) aumentava significativamente no consumo concomitante, especialmente se a dose vitalícia de cannabis excedesse 50 cigarros.5
Adicionalmente, outro estudo recente indicou que, em vez de reduzir o volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) e a capacidade vital forçada (CVF), o consumo de cannabis pode estar associado a um aumento da CVF. Embora a etiologia exata ainda não esteja totalmente elucidada, presume-se que os efeitos broncodilatadores agudos e anti-inflamatórios dos canabinoides desempenhem um papel relevante, atuando diretamente nas vias aéreas. Essas descobertas redefinem a compreensão da relação entre cannabis e função pulmonar, distinguindo-a claramente dos efeitos deletérios do tabaco e abrindo novas perspectivas para a pesquisa e o aconselhamento clínico.6
No entanto, foi nos anos 1970, que um dos primeiros estudos importantes sobre os efeitos da cannabis nas doenças respiratórias foi conduzido por Donald Tashkin e sua equipe. Em 1974, os pesquisadores observaram que a inalação de cannabis com 2% de THC ou a ingestão oral de 15 mg de THC tinha um impacto positivo na função respiratória de pessoas com asma. Os pacientes demonstraram uma melhora significativa na condutância das vias aéreas e na redução da resistência das vias respiratórias, efeitos que não foram observados com o placebo.7
Esse achado foi um marco na pesquisa, pois mostrou pela primeira vez que a cannabis poderia induzir broncodilatação, facilitando a respiração de pacientes asmáticos e, assim, abrindo novas possibilidades de tratamento. Em 1975, Tashkin e colaboradores aprofundaram esses resultados, confirmando que a inalação de cannabis causava uma reversão imediata do broncoespasmo, uma condição comum em crises asmáticas, comparado a tratamentos convencionais. Esses estudos iniciais já sugeriam que a cannabis poderia ser uma alternativa válida para aliviar os sintomas da asma.8
Os efeitos broncodilatadores da cannabis continuaram a ser explorados em outros estudos, como o realizado em 1976 por Williams et al. Nesse estudo, a inalação de cannabis com THC foi comparada ao salbutamol (um medicamento tradicional para asma) e a um placebo. Os resultados mostraram que tanto a cannabis quanto o salbutamol foram eficazes em melhorar a função ventilatória dos pacientes em um curto espaço de tempo, sem causar efeitos adversos significativos. O que é interessante aqui é que, em comparação com o placebo, a cannabis teve um efeito semelhante ao dos medicamentos convencionais, mostrando que, de fato, a planta tem propriedades terapêuticas relevantes.9
Em outros estudos, como o realizado por Abboud e Sanders em 1976, foi observado que a administração oral de THC tinha efeitos broncodilatadores, mas com algumas ressalvas. Nos controles saudáveis, o THC aumentou a condutância das vias respiratórias, mas, nos pacientes asmáticos, os efeitos foram mais imprevisíveis. Em alguns casos, o THC causou broncoespasmo grave, levando os pesquisadores a sugerirem que o uso de cannabis poderia não ser adequado para todos os pacientes, especialmente em doses altas. Isso destaca a importância de personalizar os tratamentos e de estudar cuidadosamente as doses ideais.10
Nos anos seguintes, as pesquisas continuaram a explorar os efeitos da cannabis no sistema respiratório. Em 1977, Tashkin e colaboradores realizaram mais um estudo que investigou os efeitos do THC em aerossol, comparando-o com isoproterenol, um broncodilatador comum, e placebo. O estudo mostrou que o THC foi eficaz em promover a broncodilatação, mas, para alguns pacientes asmáticos, também causou efeitos indesejáveis, como tosse e desconforto no peito. Esses achados sugerem que, embora a cannabis tenha potencial terapêutico, é necessário cautela, pois nem todos os pacientes podem se beneficiar da mesma forma.11
Em 1983, Gong et al. conduziram um estudo duplo-cego comparando a nabilona, um análogo sintético do THC, com a terbutalina, outro medicamento broncodilatador, e o placebo. Nos pacientes saudáveis, a nabilona foi eficaz na promoção da broncodilatação, mas, nos pacientes asmáticos, o efeito foi mais modesto. Isso levanta a questão sobre o grau de eficácia da cannabis em comparação com os tratamentos tradicionais, que, até hoje, são a escolha primária para o tratamento da asma.12
Uma recente revisão sistemática e meta-análise revela uma associação significativa entre o uso de cannabis e um aumento do risco de asma. Este estudo, que compilou dados de oito trabalhos observacionais, demonstrou que pessoas que utilizam cannabis têm uma chance 31% maior de serem diagnosticadas com asma (OR 1,31; IC 95%: 1,19-1,44). Esses achados, robustos apesar da heterogeneidade moderada, sublinham a necessidade de considerar o histórico de uso de cannabis na avaliação respiratória dos pacientes.13
É importante salientar que esse aumento no risco de asma é predominantemente atribuível ao uso de cannabis fumada. A combustão da biomassa vegetal libera irritantes e toxinas que comprometem diretamente a função pulmonar, exacerbando condições preexistentes ou contribuindo para o desenvolvimento de novas. A complexidade dessa relação é acentuada pela dificuldade em dissociar os efeitos do fumo de cannabis do tabagismo concomitante em muitos estudos. A ausência de ajuste para o método de consumo e a sobreposição com o uso de tabaco comprometem a robustez dessa conclusão.13
Implicações Clínicas e Terapêuticas
Para a prática médica, a implicação é clara: a orientação sobre os métodos de administração da cannabis é fundamental. Quando se prescreve cannabis medicinal, a priorização de vias não fumadas — como óleos, tinturas, cápsulas e comestíveis — pode mitigar os riscos respiratórios associados à combustão. Pacientes com histórico ou predisposição à asma devem ser informados sobre os perigos da inalação de fumaça de cannabis.
Este cenário ressalta a necessidade de mais pesquisas que detalhem os impactos respiratórios dos diferentes modos de consumo e das diversas formulações de cannabis. Tal conhecimento aprofundado será crucial para desenvolver diretrizes clínicas mais precisas e otimizar a segurança e eficácia da terapia com cannabis medicinal.
Embora os estudos históricos tenham mostrado resultados promissores, ainda existem muitas questões a serem resolvidas. A variabilidade das respostas dos pacientes ressalta a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre os mecanismos de ação, a dose adequada e as formas de administração ideais para que a cannabis se estabeleça como uma opção terapêutica viável para essa condição.
Dentro de um contexto terapêutico responsável, o uso da cannabis por combustão (fumada) para asma é contraindicado. Essa via de administração libera irritantes e toxinas que podem agravar a inflamação das vias aéreas e induzir broncoespasmo, anulando qualquer benefício potencial. Em contraste, outras vias de administração, como a vaporização, óleos orais ou cápsulas, não irritam as mucosas respiratórias e, portanto, representam opções mais seguras e preferíveis para a administração de canabinoides no tratamento da asma. A pesquisa futura deve focar na eficácia e segurança dessas vias não inalatórias para otimizar o potencial terapêutico da cannabis, minimizando os riscos respiratórios.
Em resumo, a cannabis, por meio de seus compostos como o THC e o CBD, possui um potencial significativo para o tratamento da asma, principalmente devido aos seus efeitos broncodilatadores e anti-inflamatórios. No entanto, os resultados dos estudos ainda são mistos, e mais pesquisas são necessárias para entender completamente seu papel no tratamento das doenças respiratórias. A personalização do tratamento, a escolha da dosagem e a forma de administração são aspectos essenciais para que os benefícios da cannabis sejam plenamente aproveitados na gestão da asma.
Conclusão
Embora hoje a ideia de usar cannabis para tratar doenças respiratórias ainda desperte estranhamento, essa prática tem raízes históricas profundas. No início do século XX, extratos de cannabis eram usados para aliviar crises asmáticas, destacando-se por suas propriedades broncodilatadoras e calmantes. Com o avanço da medicina moderna, essas aplicações foram gradualmente esquecidas, em parte pelo estigma associado ao uso recreativo da planta.
Hoje, diante das limitações dos tratamentos convencionais e do avanço no entendimento do sistema endocanabinoide, vemos uma reaproximação da ciência com esse antigo recurso terapêutico. A asma, com sua fisiopatologia multifatorial e complexa, demanda abordagens inovadoras que considerem não apenas o alívio dos sintomas, mas também a modulação dos processos inflamatórios e imunológicos de base.
Nesse contexto, os derivados canabinoides — em especial o CBD e o THC — despontam como alternativas terapêuticas promissoras, embora ainda careçam de evidências clínicas robustas que justifiquem sua plena integração à prática médica convencional. Diante desse cenário, é essencial que os profissionais de saúde mantenham uma postura aberta, dispostos a revisitar conceitos, aprofundar o conhecimento científico e acompanhar criticamente o avanço das evidências.
Por ser até o momento, a principal ferramenta que interage amplamente como o sistema endocanabinoide, a cannabis medicinal representa uma fronteira científica que demanda, no mínimo, curiosidade intelectual, ética e disposição para integrar saberes tradicionais e inovações contemporâneas em benefício do cuidado ao paciente.
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