Cannabis medicinal e a aposta de Trump: Potencial bilionário e avanços da medicina

Publicado em 31/12/25 | Atualizado em 31/12/25 | Leitura: 9 minutos

Cannabis como Medicamento

A recente publicação do Presidente dos EUA, Donald Trump, em suas redes sociais, destacando o uso do Canabidiol (CBD) derivado da Cannabis Sativa para idosos, causou um impacto imediato no mercado: ações de empresas de cannabis como Canopy Growth, Tilray e Cronos dispararam mais de 10%.

Para o profissional de saúde, essa euforia do mercado é muito mais do que hype. É uma afirmação categórica de que a Cannabis Medicinal é uma fronteira terapêutica com implicações econômicas e políticas diretas no cuidado de pacientes complexos. O endosso presidencial reforça a tese de que a inclusão do CBD no Medicare – o programa federal de saúde americano voltado para pessoas com 65 anos ou mais – pode gerar US$ 64 bilhões em economia anual para o sistema, revolucionando o tratamento geriátrico.

Representação da ascensão da cannabis medicinal no mercado financeiro
Representação da ascensão da cannabis medicinal no mercado financeiro

A questão central para o corpo clínico não é mais se o CBD será integrado aos protocolos, mas quem, de fato, estará qualificado para liderar essa integração. O desafio é claro: você está preparado para prescrever derivados canabinoides com o rigor científico e a segurança que essa nova realidade exige?

A urgência econômica e o dilema da polifarmácia

O Presidente Trump não está vendendo uma promessa; ele está investindo em uma solução para os gargalos financeiros do Medicare, baseada no melhor custo-benefício terapêutico. A projeção de US$ 64 bilhões em economia anual se sustenta na capacidade do CBD de lidar com a polifarmácia geriátrica e a crise de opioides:

  1. Desprescrição racional e segurança: Idosos são pacientes complexos, e a polifarmácia aumenta o risco de eventos adversos. O CBD, como um agente de amplo espectro de ação, oferece potencial para desprescrição de fármacos de alto risco (benzodiazepínicos e opioides) ao tratar com segurança e eficácia a dor crônica, a insônia e a ansiedade. A redução de complicações e hospitalizações é o principal motor dessa tese econômica.
  2. Mitigação de danos e custos: A inclusão do CBD como coadjuvante no manejo da dor permite a redução das doses de opioides, diminuindo os custos diretos e, criticamente, mitigando os custos sociais e de saúde pública da dependência.

 

O profissional que domina essa ferramenta terapêutica se posiciona como um gestor inteligente, alinhando a excelência clínica com a sustentabilidade financeira do sistema.

Para saber mais sobre a “Crise dos Opioides” e o papel da cannabis medicinal no uso transtorno por uso de opioides, acesse: Cannabis no tratamento do Transtorno por Uso de Opioides

Para saber mais sobre o uso de cannabis medicinal na geriatria, acesse: Guia da Cannabis medicinal em idosos

A base científica: Modulação do Sistema Endocanabinoide

A exigência do vídeo para que os médicos se eduquem sobre o Sistema Endocanabinoide (SEC) é o ponto mais crítico e cientificamente relevante.

O SEC não é uma pauta política; é um importante sistema de homeostase (equilíbrio interno) do corpo, e a chave para entender a ação racional da Cannabis Medicinal. O SEC é uma rede complexa composta por receptores canabinoides (CB1​ e CB2​), presentes em todo o corpo, e endocanabinoides (como anandamida e 2-AG), moléculas produzidas pelo próprio organismo que se ligam a esses receptores. 

Para saber mais sobre o Sistema Endocanabinoide, acesse: O que é o Sistema Endocanabinoide? – WeCann Academy

Esse sistema atua como um maestro, ajustando a comunicação celular para manter o equilíbrio em funções como dor, inflamação, humor e sono. A evidência científica sugere que o CBD funciona de forma abrangente, especialmente na população idosa.

O CBD exibe seu potencial terapêutico ao combater a Neuroinflamação e o Declínio Cognitivo. Estudos científicos indicam que o CBD pode reduzir marcadores inflamatórios cerebrais e demonstrar atividade neuroprotetora. Esse mecanismo é fundamental no manejo de condições neurodegenerativas e no combate à inflamação crônica associada ao envelhecimento.¹

Para saber mais sobre o papel do SEC na neuroproteção, acesse: CBD e a redução de danos em Lesões Cerebrais: Evidências e pesquisas

As evidências científicas apontam para a capacidade do CBD de modular fatores centrais na patogênese da Doença de Alzheimer, como a redução da agregação de placas beta-amiloides e a hiperfosforilação da proteína Tau. Além desse mecanismo fundamental, o CBD já demonstra eficácia clínica no manejo de sintomas comportamentais críticos. Em um Ensaio Clínico Randomizado (ECR) conduzido por Hermush et al. (2022), a administração de um óleo rico em CBD (30% CBD/1% THC) reduziu significativamente a agitação psicomotora em pacientes com demência em comparação com o placebo, com perfil de segurança favorável. Isso oferece uma alternativa valiosa às terapias tradicionais que frequentemente causam sedação excessiva.²

Além disso, o potencial anti-inflamatório do CBD é relevante na proteção de neurônios dopaminérgicos. Clinicamente, o foco recai sobre o manejo de sintomas motores e não-motores de pacientes com Doença de Parkinson. Um estudo de Fase II de Faria et al. (2020) demonstrou que a administração aguda de CBD isolado na dose de 300 mg/dia foi eficaz na redução da amplitude dos tremores e da ansiedade em pacientes com Doença de Parkinson.³

A compreensão desses mecanismos de ação, corroborados por  evidências científicas, é o que permite aos médicos sairem da mera observação e avançar para uma abordagem terapêutica racional e direcionada, amparada por dados e visando o manejo integral de cuidados ao paciente idoso.

O próximo passo: Liderança científica e ética

O endosso político do Presidente e a reação financeira do mercado validam a urgência dessa pauta. O CBD é um fármaco que exige rigor, e o profissional simplesmente não pode mais se dar ao luxo de ignorar essa curva de aprendizado. Sua ação imediata deve se concentrar em três pilares que solidificam sua liderança e impactam a economia de sua prática:

  1. Dominar o Sistema Endocanabinoide: O SEC não é mais uma curiosidade acadêmica; é a chave para o tratamento racional. O médico precisa de conhecimento profundo sobre a fisiologia, os receptores (CB1​ e CB2​) e a modulação do sistema para desvendar a origem das desregulações geriátricas (dor, sono, inflamação). Sem essa base, a prescrição é empirismo, não ciência.
  2. Mergulhar na farmacologia da Cannabis Medicinal: É fundamental dominar as ferramentas que você prescreve. Isso inclui a farmacocinética (especialmente as interações com as vias do Citocromo P450, vitais na polifarmácia) e o Efeito Entourage. O CBD é um potente inibidor enzimático; o manejo seguro de doses e formulações é obrigatório para evitar toxicidade e maximizar a eficácia terapêutica.
  3. Liderar a aplicabilidade clínica e a desprescrição racional: Este é o cerne do impacto econômico e clínico. O médico qualificado utiliza canabinoides para desprescrever fármacos potencialmente mais tóxicos (opioides e benzodiazepínicos), monitorando de perto a evolução do paciente. Melhorar o padrão de sono, reduzir a dor e a ansiedade com um fármaco mais seguro aprimora o desfecho clínico do paciente e valida seus resultados em um cenário de medicina baseada em evidências.

 

Seus conhecimentos em Sistema Endocanabinoide, farmacologia e aplicabilidade clínica dos derivados canabinoides estão alinhados com o futuro da medicina? Ou seus pacientes idosos continuarão presos à espiral da polifarmácia e dos custos elevados?

Prepare-se para o Futuro: Certificação Internacional da WeCann Academy

Diante desse cenário em constante evolução, os médicos são chamados a ocupar um papel central, orientando o uso seguro e eficaz dos derivados de cannabis. Isso exige mais do que um conhecimento superficial; demanda o domínio das bases farmacológicas e clínicas dos fitocanabinoides, além de uma atualização contínua sobre as diretrizes regulatórias, a literatura científica e a vasta experiência clínica acumulada.

A cannabis medicinal é mais do que apenas uma nova classe terapêutica; ela representa uma verdadeira mudança de paradigma na prática clínica, centrada no paciente e na personalização das estratégias prescritivas. Nesse novo cenário, estar preparado é essencial.

A Certificação Internacional em Medicina Endocanabinoide da WeCann Academy surge como uma oportunidade estratégica para médicos que desejam se posicionar na vanguarda da medicina contemporânea. Com uma formação robusta, reconhecida internacionalmente e alinhada às melhores práticas, a WeCann Academy capacita o profissional a prescrever cannabis medicinal com segurança, domínio técnico e sensibilidade clínica.

Investir nessa Certificação é investir na transformação da qualidade de vida de pacientes crônicos e refratários e no fortalecimento de uma carreira médica sólida e reconhecida.

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Referências

  1. AYCHMAN, Mackenzie M.; GOLDMAN, David L.; KAPLAN, Joshua S. Cannabidiol’s neuroprotective properties and potential treatment of traumatic brain injuries. Frontiers in Neurology, v. 14, 2023. Disponível em: https://www.frontiersin.org/journals/neurology/articles/10.3389/fneur.2023.1087011.  DOI: 10.3389/fneur.2023.1087011. ISSN 1664-2295.
  2. Hermush, V. et al. Effects of rich cannabidiol oil on behavioral disturbances in patients with dementia: A placebo controlled randomized clinical trial. Front, Med. 9, 951889 (2022).
  3. de Faria, S. M. et al. Effects of acute cannabidiol administration on anxiety and tremors induced by a Simulated Public Speaking Test in patients with Parkinson’s disease. J. Psychopharmacol. (Oxf:) 34, 189-196 (2020).

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